Resumen
Objetivos: Comparar a mecânica ventilatória de pacientes neurocríticos em UTI, ventilados nos modos volume controlado (VCV), pressão controlada (PCV) e pressão regulada a volume controlado (PRVC).
Métodos: Foram recrutados 16 pacientes com media de idade de 56,1±19,7 que estiveram internados por 12,6±9,1 dias, sendo que 81,2% tiveram sobrevida. Estudo comparativo de três grupos que utilizaram modalidades ventilatórias: PRVC, PCV e VCV. Os pacientes foram ventilados com os parâmetros ajustados para gerar um volume corrente (VC) de 6 a 8 ml/Kg. Foram coletados: idade, gênero, diagnóstico, Glasgow, RASS, PAM, FC, f, FiO2, PEEP, pressão controlada, volume controlado ou pressão suporte, Ppico, Cd, Wr, P0.1, pH, PaCO2, PaO2, HCO3 e SaO2.
Resultados: Não encontramos diferenças entre os valores iniciais e finais e entre os grupos quanto à mecânica ventilatória dos 16 pacientes em ventilação mecânica internados em UTI. Encontramos correlação entre trabalho respiratório e pressão de pico (r = 0,87; p = 0,02), resistência expiratória e pressão de pico (r = 0,91; p = 0,01), complacência estática e elastância (r = -0,81; p = 0,04) e trabalho respiratório e resistência inspiratória (r = 1,0, p = 0,003), no modo PRVC; correlação entre pressão de pico e complacência dinâmica (r = -0,91, p = 0,03) e trabalho respiratório e elastância (r = -0,90, p = 0,03) no modo PCV; correlação entre elastância e complacência estática (r = -0,97, p = 0,004) e relação PaO2/FiO2 e trabalho respiratório (r = 0,99, p = 0,02) no modo VCV.
Conclusões: Não há diferença em parâmetros de mecânica ventilatória ao se ventilar mecanicamente pacientes neurocríticos em modos PRVC, PCV e VCV.
Citas
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